VERSOS DE AMOR A um poeta erótico Parece muito doce aquela cana. Descasco-a, provo-a, chupo-a... ilusão treda! O amor, poeta, é como a cana azeda, A toda a boca que o não prova engana. Quis saber que era o amor, por experiência, E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo, Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo, Todas as ciências menos esta ciência! Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo Mas certo, o egoísta amor este é que acinte Amas, oposto a mim. Por conseguinte Chamas amor aquilo que eu não chamo. Oposto ideal ao meu ideal conservas. Diverso é, pois, o ponto outro de vista Consoante o qual, observo o amor, do egoísta Modo de ver, consoante o qual, o observas. Porque o amor, tal como eu o estou amando, É Espírito, é éter, é substância fluida, É assim como o ar que a gente pega e cuida, Cuida, entretanto, não estar pegando! E a transubstanciação de instintos rudes, Imponderabilíssima e impalpável, Que anda acima da carne miserável Como anda a garça acima dos a...