O que fazem os bibliotecários?
"Trata-se de verdade incontestável o fato de a biblioteca mostrar-se essencial ao crescimento, desenvolvimento e, sobretudo, à transformação das pessoas.
Sem exigir horários nem uniformes, ela propicia a cada indivíduo a liberdade de conhecer o que quiser, quando quiser e como puder, em diferentes suportes (impressos, audiovisuais, cartográficos, ciberespaciais, entre outros), sem nada cobrar em troca; assegura a oportunidade de alcançar, ver, tocar, familiarizar-se com os mais diversos registros do conhecimento; oferece alternativa para escolha dos registros do conhecimento de interesse a cada um.
Se alguns levianos presumem-na morta e enterrada, a biblioteca renasce das cinzas qual fênix egípcia, simbolizando o deus sol e recriando-se.
Outra verdade estabelecida é o fato de haver diferentes tipos de bibliotecas. Cada país tem uma - e geralmente apenas uma - Biblioteca Nacional, destinada a preservar, disseminar e prover acesso à cultura e à produção bibliográfica (em sentido amplo) de uma nação, de um povo. Mais do que um patrimônio nacional, esse tipo de biblioteca faz-se patrimônio universal, na medida em que a cultura de um é parte da cultura do todo. Ao mesmo tempo em que olha para fora, para o mundo, uma Biblioteca Nacional precisa olhar para dentro e não somente preservar, mas difundir este patrimônio a seus concidadãos.
Os demais tipos de bibliotecas, ou centros de documentação, ou centros de informação, entre outras denominações, destinam-se a públicos específicos, mesmo que se refiram às incontáveis e diferenciadas parcelas de habitantes de uma determinada comunidade, município ou estado.
Seja qual for o seu tipo, portanto, cabe à biblioteca salvaguardar a história e os documentos relativos à comunidade ou à parcela de habitantes. Para tanto, há múltiplas funções a serem desenvolvidas, funções estas que requerem um profissional habilitado: o bibliotecário.
Cabe ao bibliotecário coletar obras, em quaisquer suportes, de interesse do público a ser atendido, para incorporação ao acervo. Ele necessita conhecer as características de edição, a seriedade das editoras e dos autores, sua competência no assunto, seu zelo pela língua portuguesa, seja nos originais ou nas traduções, suas diferentes visões de mundo, intérpretes, diretores, enfim, saber distinguir entre a boa qualidade de uma edição e a pura especulação comercial.
Cabe ao bibliotecário organizar o acervo, físico ou ciberespacial. Após selecionadas e coletadas, as obras necessitam de organização, visando a seu acesso pelo público, sob diversos enfoques de busca e recuperação. O bibliotecário conhece as normas e procedimentos para o intercâmbio nacional e internacional de informações bibliográficas e para adequação ao público.
Cabe ao bibliotecário disseminar as obras, por meios vários, inclusive ações culturais.
Cabe ao bibliotecário manter-se atualizado quanto às novas tecnologias voltadas à área biblioteconômica e a seus usuários.
Cabe ao bibliotecário manter-se atualizado quanto à cultura, à sociedade de modo geral e à comunidade em particular, de modo a promover a cidadania, a ética e a cultura da paz.
Cabe ao bibliotecário comunicar-se com o público, tornando o espaço biblioteconômico, tanto físico como ciberespacial, um lugar agradável e de lazer.
O hábito da leitura e do uso das instituições bibliotecárias desenvolve-se desde a mais tenra infância, ainda na pré-escola; estende-se ao longo da vida e permanece durante a terceira idade, caso se crie e se mantenha de forma adequada.
O bibliotecário, e somente ele, recebe formação consentânea e especializada para o cumprimento de todas essas funções, sendo portanto indispensável ao adequado funcionamento da biblioteca ou do centro de documentação e informação.
O bibliotecário é partícipe ativo da cidadania e da transformação de cada indivíduo."
Subscrevem este documento:
Profª Drª Eliane Serrão Alves Mey - UFSCar (aposentada) e pesquisadora FAPERJ
Prof. Dr. Marcos Luiz Miranda – UNIRIO*, Diretor da Escola de Biblioteconomia
Profª Drª Elisa Campos Machado – UNIRIO
Profª Maria Tereza Reis Mendes – UNIRIO
* A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO – compreende o mais antigo Curso de Biblioteconomia do país, que celebra 100 anos em 2011.
(Nota explicativa: o texto foi elaborado para divulgação junto ao Gabinete do Ministério da Cultura. Foi elaborado sob a premissa de que todo cidadão pode e deve se manifestar a respeito de qualquer assunto, em especial aqueles que lhe dizem respeito mais de perto. Quem desejar pode assinar e divulgar o documento em qualquer tipo de veículo de comunicação. Pode incluí-lo em sites, blogs ou repassá-lo para órgãos da mídia. A autora, aliás, gostaria que o texto obtivesse mais assinaturas, fosse reproduzido e veiculado. OFAJ).
Fonte: Infohome: http://www.ofaj.com.br
Comentários
sempre bom conhecermos melhor as pessoas que gostamos.
beijo.
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Um abração e tudo de bom.
Eu já tinha lido uma vez sobre a biblioteconomia... gosto tb do ambiente de trabalho, silencioso, com pessoas indo atrás de conhecimento, outros apenas "viajando" em leituras prazerosas... eu adoro uma biblioteca, ou uma livraria, adoro tomar um café saboreando tudo que tem por lá.
Quem sabe um dia eu conheça onde vc trabalhe!
bjs cafofentos rss
Bom demais ver nossa profissão divulgada de forma tão clara. Somos uma classe importante para a sociedade e precisamos cada vez mais nos conscientizarmos de nossa importância.Vou tomar a liberdade de divulgar também em meu blog. Obrigada.
Bjs