A longa noite sem lua - John Steinbeck

Imagem retirada da internet 


Steinbeck, John. A longa noite sem lua. Rio de Janeiro: Record, 1942. 143 páginas.



Meu segundo Steinbeck, o primeiro foi Ratos e Homens, igualmente um ótimo livro. O tema principal é a guerra, em uma narrativa atemporal, e sem nomes, Steinbeck nos transporta para uma cidade que foi ocupada pelos soldados, mas ele humaniza tanto o lado dos invadidos quanto dos invasores.

Devido à data de publicação (1942) podemos nos colocar no cenário da Segunda Guerra Mundial. Em um texto curto, porém, contundente, e ao mesmo tempo atual, nos pegamos tendo sentimentos de pena dos invasores (soldados) e uma mistura de sentimentos também daqueles habitantes que ali estão. É um texto que traz não os horrores da guerra, mas os conflitos humanos, o apreço à liberdade e à igualdade. Temas tão caros e atuais. Nessas poucas páginas, tiramos dali uma lição importante que é válido para todo ser humano.

Destaco dois trechos que me chamaram a atenção: 

"Um mistério que tem perturbado os governantes pelo mundo inteiro: como o povo sabe das coisas. E, pelo que me disseram, é um mistério que está agora perturbando os invasores, que não entendem como as notícias podem se espalhar, apesar de toda a censura, como a verdade sobre as coisas consegue libertar-se de qualquer controle. É de fato um grande mistério." página 56

"É estranho ouvir um médico falando em desnutrição. Mas acho que todos os povos dominados têm vontade de resistir. Estamos desarmados. Nossos espíritos e nossos corpos não são suficientes para a luta. O espírito de um homem desarmado não pode enfrentar uma metralhadora." página 100


Recomendo a leitura para quem quiser conhecer Steinbeck antes da sua obra prima (que ainda não li), As vinhas da Ira.


Leiam!


Avaliação: 

Por Letícia Alves


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