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[Crônica] - Considerações acerca da goiaba - Cecília Meireles

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  Imagem retirada da internet  Muitas pessoas sabem o que seja goiabada; mas talvez nem todas elas já tenham visto uma goiaba. Aliás, a goiaba já fez a confusão de um velho cronista do Brasil, que a descreveu pegada ao tronco da goiabeira. Decerto, entre seus olhos e seus ouvidos produziu-se uma compreensível atrapalhação, fazendo falar de goiaba e pensar em jabuticaba... (A rima, às vezes, é traiçoeira...) Os indígenas, que sempre deram nomes certos às coisas, parece que a chamavam a-covab para dizerem que era um ajuntamento de caroços. Na verdade, ela é pouco mais do que isso. E em certo idioma da Índia, quando se quer dizer goiaba diz-se pêra, que é assim que ela se chama. (Agora, quando se quer dizer pêra não se deve dizer goiaba... Isso já seria engraçado demais!) Penso em tudo isto porque estou vendo, à porta de uma confeitaria, uma goiaba que custa sessenta cruzeiros. Sessenta cruzeiros: quer dizer, quase um litro de leite, umas cinquenta gramas de manteiga, meio quilo ...

Balanço Literário de 2022...

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imagem retirada da internet Em 2022, li quadrinho, teatro, crônicas, contos e romances. Distribuídos nas 16 leituras que fiz abaixo. Das leituras que fiz, destaco:  A porta - Magda Szabó, A mulher desiludida - Simone de Beauvoir e A filha primitiva - Vanessa Passos. Apesar de todas as leituras terem sido excelentes.  E recomendo o quadrinho Uma morte horrível de Pénélope Bagieu, não conhecia a quadrinista e foi indicação em um grupo de amigas leitoras.  O outro lado: uma lenda bretã - Conde Eric Stenbock [conto] A porta - Magda Szabó - [romance] O colar da princesa Fiorionde - Mary de Morgan [conto] Um sorriso - Edilton Nunes [conto] A mulher desiludida - Simone de Beauvoir [romance] 04 de Fevereiro de 1894 - publicado em A semana - Machado de Assis -  [crônica]  Os óculos de Pigmalião - Stanley G. Weinbaum - [conto]  A Filha Primitiva - Vanessa Passos - [romance] Os homens explicam tudo para mim - Rebecca Solnit [romance] Vaga Música - Cecília Meireles - [...

12 de Março - Dia do Bibliotecário

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Imagem retirada da internet No Brasil, o dia do Bibliotecário, foi instituído em 1980, através do Decreto nº 84.631. Instituindo assm a "Semana Nacional do Livro e da Biblioteca" e o "Dia do Bibliotecário", em homenagem ao poeta Manoel Bastos Tigre,  trabalhou na Biblioteca Nacional e assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil. Fonte: MEC, 2022.

Crônica - A semana - 04 de Fevereiro de 1894 - Machado de Assis

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A Semana Texto-fonte: Obra Completa de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, Vol. III, 1994. Publicado originalmente na Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, de 24/04/1892 a 11/11/1900 . Entrudo na Rua do Ouvidor – Angelo Agostini (1884) 04 de fevereiro de 1894 Quando eu li que este ano não pode haver carnaval na rua, fiquei mortalmente triste. É crença minha, que no dia em que deus Momo for de todo exilado deste mundo, o mundo acaba. Rir não é só le propre de l'homme , é ainda uma necessidade dele. E só há riso, e grande riso, quando é público, universal, inextinguível, à maneira deuses de Homero, ao ver o pobre coxo Vulcano. Não veremos Vulcano estes dias, cambaio ou não, não ouviremos chocalhos, nem guizos, nem vozes tortas e finas. Não sairão as sociedades, com os seus carros cobertos de flores e mulheres, e as ri roupas de veludo e cetim.  A única veste que poderá aparecer, é cinta espanhola, ou não sei de que raça, que dispensa agora os coletes e dá mais gra...

A mulher desiludida - Simone de Beauvoir

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Imagem da internet Foi meu primeiro contato com a escrita de Simone de Beauvoir. Nessa obra, temos 3 histórias, sendo 2 contos e uma novela. A temática que une essas 3 narrativas é a mesma: os conflitos, a angústia e a dor de mulheres que se encontram na maturidade. Os papéis sociais de mãe e esposa são expostos de maneira direta e crua, de forma angustiante. A primeira história que tem o título: A idade da discrição, nos coloca na vida de uma mulher intelectual e bem sucedida e que de repente não se sente mais conectada à própria família. Vamos caminhando com ela por seus tormentos, questionamentos e uma nova realidade. Na segunda história, acompanhamos uma mãe e esposa, que já passou por dois casamentos que não deram certo e por um evento traumático que vai arrifecer seus sentimentos e sua condição como ser humano, mulher de mais de 60 anos e sem muitas perspectivas futuras. E na última história, nossa personagem é Monique, que está com 44 anos e nos narra em forma de diário, o camin...

Um Conto de Natal - Charles Dickens

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Imagem retirada da internet   Mesmo sendo um clássico, com várias traduções e outras tantas adaptações para cinema, teatro e outros tipos de arte. Ler Um Conto de Natal de Dickens pela primeira vez foi uma ótima experiência. Sem contar que durante a minha infância, todo ano dos 07 aos 10 anos, na biblioteca da escola a "tia' da biblioteca nos dias de aula da biblioteca, que eram todas as quartas, quando chegava perto do Natal, colocava na vitrolinha da biblioteca o disco com O Natal do Tio Patinhas , e projetava na parede sob uma tela branca, os slides que acompanhavam a história. Eu tenho essas imagens nítidas na memória. Sempre foi perturbador e eu nunca sou que era Dickens antes de ser adulta, e essa história me acompanhou sempre. Quem nunca leu Dickens pode começar por esse livro e adentrar as maravilhas desse autor. 📚F icha Técnica Um Conto de Natal Charles Dickens   Editora Antofágica, 2019 304 p. Li em ebook Por Letícia Alves

O cidadão de bem - Maurício Gomyde

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Acervo pessoal Dezembro de 2021 Acervo pessoal Dezembro 2021 Você conhece algum cidadão de bem ou mesmo o famoso bem nascido. Expressões até então enterradas no imaginário, voltaram à tona recentemente. Um tiro, uma morte, hipocrisia, política, problemas sociais, a famosa meritocracia, junte tudo ao talento da escrita do exímio contador de histórias, Maurício Gomyde e você estará diante do texto de O cidadão de bem, o mais novo livro desse ótimo escritor. Essa história que você vai ler do ponto de vista de 09 pessoas, vai fazer você reconhecer muita gente, e se bobear, se reconhecer, se você se considera um cidadão de bem e que está acima de qualquer suspeita. A escrita do Maurício é fluida, dinâmica e te leva logo a querer terminar a leitura. Fiz a leitura desse livro no grupo de leitura coletiva do autor. É minha segunda experiência com ele, é muito interessante você ir lendo e acompanhando com o autor como foi o processo criativo e a decisão escolhida para os rumos da história e dos...