Nihonjin - Oscar Nakasato
NAKASATO, Oscar. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011. (e-book)
Um pequeno grande livro. Foi a sensação que tive ao finalizar esse texto do Nakasato. Não conhecia nada do autor, esse é seu primeiro romance e como está estampado na capa, ganhou dois prêmios. O Benvirá de Literatura e Melhor Romance do Prêmio Jabuti em 2012.
O livro vai nos contar a história de Hideo e de outros japoneses que imigram para o Brasil no século XX - época em que se dá a Segunda Guerra Mundial - na busca de novos caminhos de prosperidade, para então retornar ao Japão. Ouvindo assim os anseios do Imperador japonês. As memórias serão contadas através do neto de Hideo que sempre está ao lado de seu avô materno, ouvindo atentamente a história de seus ascendentes.
Os primeiros imigrantes chegam ao interior de São Paulo para trabalharem nas lavouras cafeeiras. De repente se veem em um país completamente diferente do seu. Clima, comida, roupas, idioma e ainda outros imigrantes que aqui já estavam, como por exemplo, os italianos. Mas haviam também descendentes dos escravos africanos e muito mais pessoas que para eles eram povos completamente diferentes. A difícil adaptação, a exploração dos fazendeiros, tudo isso vai minando as esperanças de conseguirem arrecadar fundos necessários ao seu regresso ao Japão.
Conhecemos vários costumes japoneses e como alguns se fecharam em seu círculo de tradições e sofrem sem se integrar completamente à nova Pátria. A mudança para a capital paulista promove mudanças, agora os japoneses são comerciantes - temos então o bairro da Liberdade se formando (não conheço ainda, quero muito ainda conhecer).
Em suas 176 páginas, Nakasato nos traz reflexões sobre como é ser estrangeiro, como se aceitar em uma terra estranha, e como se integrar à nova cultura, estabelecendo laços de amizade e amor com seus semelhantes. Independente de sermos amarelos, brancos, vermelhos, somos todos partes de uma mesma nação.
No decorrer da narrativa, nos sentimos dentro da história, sentimos as angústias, as esperanças, as tristezas dessa família. Um verdadeiro baú de memórias! Recomendo esse belo e triste relato!
Por Letícia Alves
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