Frias noites...

Foto: Juvio ER Oliveira

Nas frias noites de inverno, meu corpo tremia.

Era um tremor diferente, algo inusitado, não era medo, não era ansiedade, mas uma emoção completamente diferente.

Abri os olhos e mirei a janela que estava entreaberta. As cortinas dançavam embaladas pela brisa noturna.

De repente, uma vontade de buscar pela escuridão lá fora, brotou em mim.
Não, eu não tenho medo do escuro. Mesmo quando era criança, a escuridão nunca me apavorou, pelo contrário, me fascinava.

Pois por detrás daquela janela, eu ganharia o mundo, era como se a liberdade me espreitasse por trás daquela cortina esvoaçante.

Minha mente começou então a fantasiar, campos verdes, mananciais de águas límpidas, e então o paraíso me encontrou. Quando dei por mim, acordei, e entre nuvens e devaneios, encontrava-se ainda deitada, refletindo sobre a vida.


Noites nunca mais serão as mesmas, nessa inconstância de caminhos & (des)caminhos, mas sempre me lembrei daquelas noites frias e brancas...



Por Letícia Alves 

Comentários

Ingrid disse…
Medos nos acompanham e nos fazem crescer...
Sonhar nos leva adiante..
Beijos amiga querida!
Noites, nem dias, nem nós nunca seremos os mesmos...
Lunna Guedes disse…
Engraçado o que há por trás de uma janela. E nem sempre precisamos abrí-las.

bacio
É como se as estações pudessem traduzir o sentimento, de corpo e alma.

Muito lindo!

Beijos, querida Letícia... ^^
Anônimo disse…
Eu adoraria viver num lugar onde os invernos fossem realmente gelados. O frio sempre me inspira.

Distante do Sol